O tráfico de animais silvestres, tipificado como crime pela Lei nº 9.605/98, é uma prática preocupante que envolve sanções penais e administrativas conforme a legislação de cada país, podendo acarretar detenção e multa. Esta atividade ilícita tem se disseminado, tanto no Brasil quanto globalmente, sendo classificada como o terceiro maior crime internacional, conforme evidenciado por estudos, incluindo o realizado pela WWF (Fundo Mundial para a Natureza). A demanda por animais exóticos, como animais de estimação, impulsiona este comércio, ignorando os impactos negativos sobre os animais e o meio ambiente.
Os animais traficados enfrentam condições desumanas, desde a retirada ilegal de seus habitats naturais até o transporte em situações precárias. Esses maus-tratos não apenas causam danos físicos e psicológicos, mas também aumentam os riscos à saúde e à sobrevivência das espécies traficadas. Além disso, muitas espécies estão em risco de extinção devido ao tráfico, ameaçando diretamente a biodiversidade e o equilíbrio dos ecossistemas.
Embora a mídia tenha aumentado a cobertura sobre o tema, é fundamental que os governos intensifiquem esforços na conscientização da população sobre os danos causados pelo tráfico de animais silvestres. Diante dessa lacuna de ações, muitas organizações não governamentais e entidades civis têm feito um trabalho incansável nesta área. A educação ambiental, campanhas de conscientização e fiscalização são medidas fundamentais para combater essa prática criminosa e proteger a fauna selvagem.
O recente levantamento feito pela nossa equipe na plataforma de busca Google.com, demonstrou mais de 300 notícias entre o início do mês de março até o início de abril sobre o tráfico de animais silvestres. Esta questão evidencia a magnitude deste problema, como a Operação da Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro, resultando na apreensão de macacos na residência da personalidade Nicole Bahls; a Operação Voo Livre, deflagrada na Bahia e que resgatou mais de 300 aves pela PF; e, a Operação realizada pela Polícia Civil do Paraná que resultou na prisão de nove pessoas e resgatou diversos animais que foram encaminhados para órgãos competentes para os devidos cuidados. A cobertura midiática destaca a importância de enfrentar esse crime ambiental, reforçando a necessidade de ações integradas e contínuas para proteger nossa fauna e flora.
Além disso, o comprometimento de diversas regiões do Brasil, como o Distrito Federal, em reforçar suas ações contra o tráfico de animais, exemplificado pelo estabelecimento de um dia dedicado a esse combate, dia 29 de setembro, que demonstra a urgência e a relevância do tema. O envolvimento do Ibama em parcerias com instituições nacionais e estrangeiras para fortalecer as ações de fiscalização e repressão ressalta a necessidade de abordagem conjunta para enfrentar esse desafio.Portanto, é essencial desmistificar inverdades sobre o tráfico de animais, como a ideia de que a prática é inofensiva ou benéfica aos animais, sendo que na verdade, os animais enfrentam condições horríveis e sofrem danos físicos e psicológicos irreparáveis. É nosso objetivo promover a conscientização sobre os impactos devastadores desse crime, destacando a importância de proteger nossa fauna e flora para garantir a sobrevivência das espécies e o equilíbrio dos ecossistemas. Afinal, mesmo após o resgate os animais ainda precisam lutar pela sobrevivência.