Zoológicos seguem em pauta

Olá pessoal! Os zoológicos têm ganhado cada vez mais destaque na mídia. Vamos compartilhar três notícias significativas sobre esse tema que ocorreram nas últimas semanas no Brasil e no mundo.

 1. Zoo de Brasília cancela festa de arraial

Após uma ação civil movida em junho deste ano por um conjunto de organizações de proteção animal, dentre elas o Fórum Animal, o Zoológico de Brasília voltou atrás e cancelou a festa de Arraial que estava planejada. No entanto, a colônia de férias que também estava sendo planejada para acontecer no local, foi mantida. Esse episódio destaca como a pressão pública e as ações legais podem funcionar para que as atividades dos zoológicos sejam cada vez mais analisadas criticamente para priorizar o bem-estar dos animais e não o mero entretenimento humano.

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2. Beto Carrero World Fecha Zoológico, mas sem transparência

Depois de 32 anos, o Beto Carrero World, um dos maiores parques temáticos da América Latina, anunciou o fechamento do seu zoológico em junho deste ano. Mais de mil indivíduos de cerca de 200 espécies foram realocados para outro lugar que não foi comunicado pela empresa até o momento da redação deste texto.  A principal pergunta é: para onde foram os animais? Essa decisão marca o fim de uma era de exploração animal, mas levanta sérias questões sobre o futuro dos animais que antes viviam no parque.

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3. Costa Rica fecha seus últimos zoológicos públicos

Em uma decisão histórica divulgada pela BBC Brasil no dia 26 de maio de 2024, a Costa Rica fechou seus dois últimos zoológicos públicos. Baseada em uma lei de 2013 que visa a conservação da vida silvestre, a medida justifica a manutenção de animais em cativeiro apenas se eles não puderem ser reintroduzidos na natureza. Com o fechamento, 300 animais foram transferidos para os Centros de Triagem de Animais Silvestres, onde será decidido se irão para santuários ou se serão reintroduzidos na natureza. 

Os zoológicos privados continuarão abertos, mas essa notícia destaca a importância de termos leis e governantes comprometidos com a discussão sobre animais em cativeiro. O pioneirismo da Costa Rica é um exemplo para outros países, inclusive o nosso. Precisamos de um debate aberto para entender que a vida selvagem deve estar livre, a menos que isso não seja possível, e precisamos que o poder público não corrobore com a exploração animal e não incentive que os animais sejam vistos como uma forma de entretenimento.

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Vamos juntos repensar o papel dos zoológicos públicos e a proteção da nossa fauna silvestre. Deixe sua opinião sobre a função dos zoológicos respondendo nossa consulta pública aqui: (silvestrelivre.org.br/consulta). 

Gostou da atualização? Deixe seu comentário e compartilhe suas opiniões sobre essas mudanças importantes.

Até a próxima!

#Zoológicos #SilvestreLivre #BemEstarAnimal #FaunaSilvestre

Thayara Nadal, médica-veterinária no projeto Vida Silvestre, Vida Livre do Fórum Animal.

O Fogo retorna ao Pantanal e intensifica as ameaças aos animais silvestres

Em 2024, o Pantanal enfrenta uma das piores crises de incêndios de sua história, com chamas devastando uma área seis vezes maior que a cidade do Rio de Janeiro. O primeiro semestre deste ano já é considerado o mais crítico em termos de queimadas desde o início das medições históricas. 

Localizado no coração da América do Sul, abrangendo partes do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, o Pantanal é um dos biomas mais ricos em biodiversidade do planeta, mas agora está sob chamas que consomem sua vegetação e ameaçam sua fauna única.

As causas dos incêndios são múltiplas, embora previsíveis e passíveis de prevenção. A combinação de uma das piores secas da história, com a vegetação extremamente seca e a ação humana, principalmente através de queimadas descontroladas, cria um cenário propício para a propagação rápida e incontrolável do fogo. Estudos recentes indicam que as mudanças climáticas têm exacerbado as condições de seca, tornando o Pantanal ainda mais vulnerável a incêndios.

O impacto sobre a vida silvestre é devastador. Animais que habitam o Pantanal, como onças-pintadas, araras-azuis, jacarés e capivaras, enfrentam a destruição de seus habitats. Muitos não conseguem fugir a tempo e acabam morrendo nas chamas. Aqueles que sobrevivem, frequentemente sofrem queimaduras graves, desidratação e fome. As queimadas não só matam diretamente os animais, mas também ameaçam espécies inteiras de extinção local ao destruir seus lares e fontes de alimento.

O destino dos animais sobreviventes é muitas vezes trágico. Sem um habitat seguro para retornar, eles vagam pelas áreas queimadas em busca de abrigo e alimento. Centros de reabilitação, como o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), estão em alerta máximo, prontos para receber e tratar os animais vítimas do fogo. Esses centros oferecem cuidados essenciais, como tratamento para queimaduras e reabilitação alimentar, mas a capacidade de lidar com o grande número de animais afetados é limitada.

Como exemplo fantástico de ações para cuidar dos animais que têm sido vítimas recorrentes dos incêndios no Pantanal, indicamos o projeto “Órfãos do Fogo” do Instituto Tamanduá (@institutotamandua). Esse projeto começou a partir dos grandes incêndios no Pantanal em 2020 com o objetivo de cuidar, reabilitar e devolver para a natureza filhotes órfãos de tamanduá-bandeira, vítimas da catástrofe.

O fogo no Pantanal em 2024 não só representa uma catástrofe ambiental, mas também um grito de alerta sobre a necessidade urgente de medidas de proteção e prevenção mais eficazes. Sem ações imediatas e contínuas, o futuro deste ecossistema vital e de suas espécies únicas permanece incerto.

#Pantanal2024 #IncêndiosNoPantanal #VidaSilvestre #ProteçãoAmbiental #SalvarOPantanal

Thayara Nadal, médica veterinária no projeto Vida Silvestre, Vida Livre do Fórum Animal.

O que fazer se causei ou presenciei o atropelamento de um animal silvestre?